terça-feira, 28 de julho de 2009

Marcos Boulos: A gripe suína mata tanto quando a gripe sazonal, que vem em todo inverno.

Do blog CONVERSA AFIADA.
Link para a entrevista AQUI.

Resumo da entrevista:

Das doenças infecciosas, a gripe suína é uma das menos graves.

Ela mata tanto quando a gripe sazonal, que vem em todo inverno.

Dos que pegam gripe suína, 0,1% morre.

Uma pessoa em mil que entre os que pegam a gripe.

O sarampo mata 40 vezes mais.

A meningite, 200 vezes mais.

Essa gripe vai durar mais um mês, um mês e meio – como toda gripe, ela vem no inverno.

E a imunização através da vacina estará pronta em três, quatro meses.

Quando a mídia só chama a atenção para as mortes, para os fatores negativos da doença, isso é alarmismo.

É necessário noticiar, uma obrigação da mídia contribuir para que as pessoas conheçam a doença e a maneira de enfrentá-la.

A novidade dessa gripe em relação à gripe sazonal é que essa gripe suína compromete pessoas saudáveis.

Enquanto a gripe sazonal costuma pegar em criancinhas – cujo sistema imunológico ainda não está formado – e em adultos da terceira idade.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

The Economist: Brazil's Petrobras - Oil and revolution

Leia abaixo o texto traduzido.

Se preferir a versão original, vá direto ao site do The Economist clicando AQUI.

Petróleo e revolução

A Petrobras possui vastas reservas de petróleo, influência comercial e excelentes conexões chinesas. Mas enfrenta incerteza política

Conforme os chefes das principais petrolíferas mundiais caminham, José Sergio Gabrielli sobressai-se, extraordinariamente. O presidente da Petrobras – gigante brasileira do setor de petróleo e gás, parte privada e parte pública – Gabrielli assumiu uma posição de esquerda na política aos 15 anos de idade. Depois de passar seis meses na prisão sob uma ditadura militar, mudou para o campo menos polêmico da macroeconomia, obtendo o doutorado pela Boston University e o posto de professor em uma universidade brasileira (da qual está licenciado). Voltando à política de esquerda na década de 1980, procurou trabalhar para o Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entretanto, desde 2005, dirige a mais ambiciosa petrolífera do mundo. A Petrobras é a principal produtora do maior campo petrolífero descoberto neste século, nas profundezas do oceano Atlântico.

Conexões políticas são essenciais para a Petrobras. Embora 60% das suas ações sejam negociáveis, o governo federal ainda é o seu acionista controlador. Seu conselho é presidido pela ministra-chefe da Casa Civil do governo Lula, Dilma Rousseff. Mas a política também pode levar a empresa a apuros. O Congresso brasileiro criou recentemente uma comissão para investigar a Petrobras, em resposta às alegações de contratos superfaturados e motivações políticas nas atividades beneficentes da empresa.

Esta semana, o jornal O Globo deu uma amostra do que está por vir, com uma história revelando que um fornecedor da Petrobras havia dado, como seu endereço, uma casa abandonada ocupada por 60 cães e 300 gatos.

O Gabrielli considera a investigação positiva porque é uma chance de o público realizar um escrutínio sobre a principal companhia brasileira, mas teme que ela se torne um circo político, como acontece normalmente com essas comissões parlamentares do Congresso. A Petrobras já forneceu 10 mil páginas de provas para refutar a alegação de superfaturamento na construção de uma nova refinaria. Haverá muitas outras acusações como essas, e elas devem criar uma provável impressão de infração, mesmo se nada for realmente comprovado. O mesmo vale para o extenso orçamento beneficente para ajudar a preservar tartarugas e a subsidiar filmes, por exemplo. Isso é administrado de forma mais profissional do que no passado, mas a Petrobras ainda é vulnerável a acusações de favoritismo político.

Embora o inquérito possa causar alguns danos na reputação da Petrobras, estes provavelmente serão leves. A comissão tem a maioria da base aliada do governo. Seus membros incluem Fernando Collor, um ex-presidente que renunciou em 1992 enquanto enfrentava um processo de impeachment por corrupção, e Marcelo Crivella, um bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, um Pentecostal uniforme. Eles vão se juntar ao espetáculo.

A segunda incerteza enfrentada pela Petrobras diz respeito a um novo marco legal que irá reger a exploração do petróleo pré-sal (os novos campos se encontram sob uma camada de sal abaixo do leito marinho). Uma comissão criada pelo governo para este estudo deve apresentar um relatório em breve. Prevê-se propor a aquisição de todos os direitos não atribuídos na área do pré-sal (62% do total) a uma nova empresa inteiramente de propriedade estatal, que seria parceira da Petrobras ou qualquer outra empresa que assine contratos exploração.

Diferentes alas do governo defendem que as receitas provenientes dessas parcerias sejam usadas para finalidades específicas, para a educação ou infra-estrutura, enquanto outros querem que as verbas sigam para os cofres federais. Um risco para o Brasil é que essa nova companhia se torne uma fonte de lucros sem uma real função, exceto satisfazer a avareza dos políticos. O maior perigo para a Petrobras é a possibilidade de a nova companhia vir a se tornar uma rival comercial.

A Petrobras está avançando com um ambicioso plano de investir US$ 174 bilhões nos próximos cinco anos. Críticos questionam o quanto deste plano será concretizado. Mas o senhor Gabrielli diz que mesmo que o preço do petróleo caia para não mais que US$ 45 dólares o barril, os US$30 bilhões levantados pela empresa este ano serão suficientes para financiar os planos da estatal para os próximos dois anos. Se o preço do petróleo estiver a US$ 65 dólares o barril (onde situava-se esta semana), a empresa poderá financiar os planos para os próximos cinco anos. Além de desenvolver os novos campos, ela pretende construir cinco novas refinarias, para gerar mais eletricidade e para construir uma rede de gasodutos no Brasil.

A Petrobras levantou US$ 10 bilhões do governo chinês no início deste ano, em troca da promessa feita à Sinopec, uma petrolífera estatal, de um fornecimento garantido de até 200 mil barris de petróleo por dia durante dez anos. Gabrielli quer mais acordos como esse. Além dos campos do pré-sal, a Petrobras está explorando 270 blocos no Golfo do México e mais de 200 outros em terra (onshore) no Brasil. Ele pode recorrer à China para financiá-los também. Os chineses, sorri ironicamente Gabrielli, “preferem fazer acordos à enviar o seu exército para garantir os fornecimentos, como os americanos.” O senhor do petróleo ainda ostenta um vestígio do agitador de 15 anos atrás.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Ailton Medeiros: CPI DA PETROBRAS PÕE ECONOMIA EM RISCO

23/07/09
Até o “Financial Times” concorda: a CPI da Petrobrás põe em risco o “boom” da economia brasileira.

É o que diz reportagem do tradicional jornal britânico assinada pelo jornalista Don Phillips que chega a ironizar a grande mídia brasileira.

Confiram trechos:
“Apenas nos próximos cinco anos, a Petrobras planeja investir US$ 28,9 bilhões nos campos “pré-sal” de águas profundas. A investigação [a CPI] chega em um momento ruim”.

“A empresa está dando início ao desenvolvimento dos campos pré-sal tecnicamente complexos, mas o preparo de sua defesa já está desviando recursos administrativos desse esforço”, diz Gareth Chetwynd da “Upstream”, a revista especializada em petróleo e gás.”

Para ler o texto na íntegra, clique aqui.

Mônica Salmaso

Uma homenagem a quem considero a melhor cantora da atualidade.



quarta-feira, 22 de julho de 2009

domingo, 19 de julho de 2009

Fim dos CDs?

Que o CD tornou-se um objeto e produto obsoleto não se tem dúvidas. Os números que vieram após a morte de Michael Jackson comprovam que não há mais solução para a indústria de CD’s.

A venda de músicas de Michael Jackson disparou após sua morte. E disparou com muita força.

Só para termos uma idéia, na segunda-feira passada, os 13 discos mais vendidos na Amazon.com (é uma boa amostra do que é vendido no mundo) atualmente são de Michael Jackson ou do Jackson Five.

Estima-se que os discos do Rei do Pop tenham vendido algo em torno de 4 milhões de cópias, apenas nos últimos 20 dias. Para termos uma idéia da movimentação em torno do astro, no site Letras.com, dentre as 200 músicas mais pesquisadas, 69 eram do cantor.

Veja que ele tem os 13 discos mais vendidos do mundo atualmente, e em 23 dias vendeu “apenas” 4 milhões de cópias. Há 20 anos esse número seria irrisório. apenas com o álbum Thriller, Jackson vendeu mais de 100 milhões de cópias.

Mas em compensação, entre downloads legais e ilegais, o número seria superior a 200 milhões de transferências de arquivos, apenas em pouco mais de 20 dias.

O modelo de discos está realmente esgotado. Eu ainda não entendi porque algumas gravadoras ainda insistem no modelo antigo, com 15/20 músicas, quando o racional seria lançar uma música de cada vez, trabalhar junto com o artista na divulgação, e faturar de outra forma, como na promoção de shows.

Enquanto continuar desta forma, é inevitável que a pirataria continue ganhando a luta.

Primeiro que ninguém está disposto a pagar R$ 30,00 em um produto que pode conseguir facilmente na internet, de graça. Segundo que a maioria das pessoas escuta som em formato MP3, em ipod’s, tocadores de mp3, computadores, ou mesmo no som do automóvel.

É uma luta ingrata onde é inevitável a derrota.

O Rei do Pop fez estourar a MTV, os grandes shows, a venda de discos na década de 80 e também influenciou centenas de músicos, e na sua morte ajudou a provar que a indústria fonográfica já é um produto do passado.

"The American Dream" - Distribuição de renda nos EUA


Para quem acha que os EUA vive ainda o sonho americano (que nunca viveu).

Luis Nassif avalia candidatura de Serra

O Último Suspiro de Serra

do Blog de Luis Nassif


Entenda melhor o que está por trás dessa escalada de CPIs, escândalos e tapiocas da mídia.

A candidatura José Serra naufragou. Seus eleitores ainda não sabem, seus aliados desconfiam, Serra está quase convencido, mas naufragou.

Política e economia têm pontos em comum. Algumas forças determinam o rumo do processo, que ganha uma dinâmica que a maioria das pessoas demora em perceber. Depois, torna-se quase impossível reverter, a não ser por alguma hecatombe - um grande escândalo.

O início da derrocada

O início da derrocada de Serra ocorreu simultaneamente com sua posse como novo governador de São Paulo. Oportunamente abordarei as razões desse fracasso.

Basicamente:

1. O estilo autoritário-centralizador e a falta de punch para a gestão. O Serra do Ministério da Saúde cedeu lugar a um político vazio, obcecado com a política rasteira. Seu tempo é utilizado para planejar maldades, utilizar a mão-de-gato para atingir adversários, jornalistas atacando colegas e adversários e sua tropa de choque atuando permanentemente para desestabilizar o governo.

2. Fechou-se a qualquer demanda da sociedade, de empresários, trabalhadores ou movimentos sociais.

3. Trocou programas e ideias pelo modo tradicional de fazer política: grandes gastos publicitários, obras viárias, intervenções suspeitíssimas no zoneamento municipal (comandado por Andrea Matarazzo), personalismo absurdo, a ponto de esconder o trabalho individual de cada secretário, uso de verbas da educação para agradar jornais. Ao contrário de Franco Montoro, apesar de ter alguns pesos-pesados em seu secretariado, só Serra aparece. Em vez de um estado-maior, passou a comandar um exército de cabos e sargentos em que só o general pode se pronunciar.

4. Abandonando qualquer veleidade de inovar na gestão, qual a marca de Serra? Perdeu a de bom gestor, perdeu a do sujeito aberto ao contato com linhas de pensamento diversas (que consolidou na Saúde), firmou a de um autoritário ameaçador (vide as pressões constantes sobre qualquer jornalista que ouse lhe fazer uma crítica).

5. No meio empresarial (indústria, construção civil), perdeu boa parte da base de apoio. O mercado o encara com um pé atrás. Setores industriais conseguem portas abertas para dialogar no governo federal, mas não são sequer recebidos no estadual. Há uma expectativa latente de guerra permanente com os movimentos sociais. Sobraram, para sua base de apoio, a mídia velha e alguns grandes grupos empresariais de São Paulo - mas que também (os grupos) vêem a candidatura Dilma Rousseff com bons olhos.

A rede de interesses

O PSDB já sabe que o único candidato capaz de surpreender na campanha é Aécio Neves. Deixou marca de boa gestão, mostrou espírito conciliador, tem-se apresentado como continuidade aprimorada do governo Lula - não como um governo de ruptura, imagem que pegou em Serra.

Será bem sucedido? Provavelmente não. Entre a herança autêntica de Lula - Dilma - e o genérico - Aécio - o eleitor ficará com o autêntico. Além disso, se Serra se tornou uma incógnita em relação ao financismo da economia, Aécio é uma certeza: com ele, voltaria com tudo o estilo Malan-Armínio de política econômica, momentaneamente derrotado pela crise global. Mas, em caso de qualquer desgaste maior da candidatura oficial, quem tem muito mais probabilidade de se beneficiar é Aécio, que representa o novo, não Serra, que passou a encarnar o velho.

Acontece que Serra tem três trunfos que estão amarrando o PSDB ao abraço de afogado com ele.

O primeiro, caixa fornida para bancar campanhas de aliados. O segundo, o controle da Executiva do partido. O terceiro, o apoio (até agora irrestrito) da mídia, que sonha com o salvador que, eleito, barrará a entrada de novos competidores no mercado.

Se desiste da candidatura, todos os que passaram a orbitar em torno dele terão trabalho redobrado para se recolocarem ante outro candidato. Os que deram apoio de primeira hora sempre terão a preferência.

Fica-se, então, nessa, de apelar para os escândalos como último recurso capaz de inverter a dinâmica descendente de sua candidatura. E aí sobressai o pior de Serra.

Ressuscitando o caso Lunus

Em 2002, por exemplo, a candidatura Roseana Sarney estava ganhando essa dinâmica de crescimento. Ganhara a simpatia da mídia, o mercado ainda não confiava em Serra. Mas não tinha consistência. Não havia uma base orgânica garantindo-a junto à mídia e ao eleitorado do centro-sul. E havia a herança Sarney.

Serra acionou, então, o Delegado Federal Marcelo Itagiba, procuradores de sua confiança no episódio que ficou conhecido como Caso Lunus - um flagrante sobre contribuições de campanha, fartamente divulgado pelo Jornal Nacional. Matou a candidatura Roseana. Ficou com a imagem de um chefe de KGB.

A dinâmica atual da candidatura Dilma Rousseff é muito mais sólida que a de Roseana.

1. É apoiada pelo mais popular presidente da história moderna do país.

2. Fixou imagem de boa gestora. Conquistou diversos setores empresariais colocando-se à disposição para conversas e soluções. O Plano Habitacional saiu dessas conversas.

3. Dilma avança sobre as bases empresariais de Serra, e Serra se indispôs com todos os movimentos sociais por seu estilo autoritário.

4. Grande parte dessa loucura midiática de pretender desestabilizar o governo se deve ao receio de que Dilma não tenha o mesmo comportamento pacífico de Lula quando atacada. Mas ela tem acenado para a mídia, mostrando-se disposta a uma convivência pacífica. Não se sabe até que ponto será bem sucedida, mas mostrou jogo de cintura. Já Serra, embora tenha fechado com os proprietários de grupos de mídia, tem assustado cada vez mais com sua obsessão em pedir a cabeça de jornalistas, retaliar, responder agressivamente a qualquer crítica, por mais amena que seja. Se já tinha pendores autoritários, o exercício da governança de São Paulo mexeu definitivamente com sua cabeça. No poder, não terá a bonomia de FHC ou de Lula para encarar qualquer crítica da mídia ou de outros setores da economia.

5. A grande aposta de Serra - o agravamento da crise - não se confirmou. 2010 promete ser um ano de crescimento razoável.

Com esse quadro desfavorável, decidiu-se apertar o botão vermelho da CPI da Petrobrás.

O caso Petrobras

Com a CPI da Petrobras todos perderão, especialmente a empresa. Há um vasto acervo de escândalos escondidos do governo FHC, da passagem de Joel Rennó na presidência, aos gastos de marketing especialmente no período final do governo FHC.

Todos esses fatos foram escondidos devido ao acordo celebrado entre FHC e José Dirceu, visando garantir a governabilidade para Lula no início de seu governo. A um escândalo, real ou imaginário, aqui se devolverá um escândalo lá. A mídia perdeu o monopólio da escandalização. Até que grau de fervura ambos os lados suportarão? Lá sei eu.

O que dá para prever é que essa guerra poderá impor perdas para o governo; mas não haverá a menor possibilidade de Serra se beneficiar. Apenas consolidará a convicção de que, com ele presidente, se terá um país conflagrado.

Dependendo da CPI da Petrobras, aguarde nos próximos meses uma virada gradual da mídia e de seus aliados em direção a Aécio.

Agencia Estado: Reservas do Brasil batem recorde e somam US$ 209,5 bi

Reservas do Brasil batem recorde e somam US$ 209,5 bi (link original)

FERNANDO NAKAGAWA E RENATA VERÍSSIMO - Agencia Estado


BRASÍLIA - As reservas internacionais brasileiras atingiram ontem um novo recorde histórico, totalizando US$ 209,576 bilhões, pelo conceito de liquidez internacional. O valor mais alto já atingido pelas reservas, até então, havia sido de US$ 209,386 bilhões, em 6 de outubro de 2008. O novo valor representa uma elevação de US$ 265 milhões em relação aos US$ 209,311 bilhões registrados na quarta-feira (dia 15).

Mesmo com a crise financeira internacional, o Banco Central (BC) retomou os leilões de compra de dólar no dia 8 de maio. Desde então, essas intervenções diárias já retiraram US$ 6,2 bilhões do mercado, conforme dado atualizado até 15 de julho. Essas intervenções têm sido possíveis porque o fluxo de dólares voltou a ficar positivo para o Brasil. Entre abril e junho, por exemplo, US$ 6 bilhões ingressaram no País, e o fluxo cambial no acumulado de 2009, que estava negativo, voltou a ficar positivo, com a entrada de US$ 3,1 bilhões este ano até a última sexta-feira (dia 10).

Outro motivo que ajudou no aumento do montante é a valorização dos ativos que compõem as reservas. Os quase US$ 210 bilhões são investidos em aplicações consideradas de baixíssimo risco, como os títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries) e o ouro. Em meio à crise, investidores migraram das ações - consideradas arriscadas - para opções mais seguras, como os papéis norte-americanos. Esse movimento elevou a procura pelos títulos, o que aumentou o valor de mercado desses ativos. Como o Brasil os possuía, houve consequente valorização das reservas.

Mas essa entrada de novos dólares nas reservas não lembra em nada o que se via há alguns meses. Logo após o agravamento da crise em setembro do ano passado, o BC passou a usar as reservas para tentar minimizar os efeitos da crise. Foram duas ações para tentar reverter a escassez de dólares no Brasil: venda de dólares no mercado à vista e empréstimo para o financiamento aos exportadores.

Ao todo, o BC repassou US$ 39 bilhões das reservas para o mercado financeiro. Mas com a volta da moeda estrangeira ao País, essas intervenções não são mais realizadas, porque as empresas têm conseguido comprar a moeda no próprio mercado. Diante disso, US$ 20 bilhões já voltaram às reservas.

No auge da crise, o BC repassou US$ 14,5 bilhões aos bancos em leilões simples de venda de dólar. Ao mesmo tempo, empréstimos para exportadores colocaram US$ 24,4 bilhões no mercado. Desses recursos, US$ 15,9 bilhões já foram devolvidos ao BC, porque o prazo do empréstimo terminou.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Dois pesos...

Na terça-feira passada (07/07), o presidente Lula recebeu da Unesco, em Paris, o prêmio Félix Houphouët-Boigny, concedido àqueles que prestam valorosos serviços pela paz no mundo. Com ele já foram agraciados nomes do quilate de Nelson Mandela, Yasser Arafat e Jimmy Carter.

Em situação análoga a do presidente, o economista bengalês Muhammad Yunus no ano de 2006,foi o vencedor do Nobel da Paz pelo seu memorável combate contra a pobreza na Índia. Yunus é fundador do Grameen, o "banco dos pobres", cuja finalidade é conceder microcréditos para a população hindu menos favorecida.

A lógica da premiação de Lula segue a esteira do exemplo acima: o precípuo combate contra a fome, a miséria e a pobreza. E qual a relação disso com a paz? Um quadro de pessoas bem nutridas e com qualidade de vida digna é sem dúvida um eficiente remédio preventivo contra a proliferação de agruras sociais onde dentre as quais se encontra a violência.

Ambas as premiações concebem uma tendência recente das Nações Unidas em extender o sentido da luta pela paz abrangendo situações correlatas e de efeitos reflexos em sua consecução; não existe prêmio Nobel da Economia nem do Combate a Fome, por exemplo, mas é inegável que o respeito à dignidade da pessoa humana proporcionada por tais espécies de contribuições gera inegáveis resultados também nos âmbitos da paz e da harmonia social. Nesse sentido, a ONU já concedeu o aludido prêmio pela luta em favor dos direitos humanos bem como pela defesa do meio-ambiente, consolidando o sentido abrangente da militância pela paz.

Contudo, em que pese ter o Presidente da República recebido tamanha graça internacional, seara na qual o reconhecimento pelas íngremes e sucessivas diminuições nos índices de miséria e pobreza no Brasil é quase que unânime, portou-se a imprensa brasileira com a indiferença típica de quem se move por interesses políticos e escusos: tímidos cantos de página e rodapés foram reservados à veicular tal notícia. Mais previsível, impossível.

No dia seguinte, o governador de São Paulo, o tucano José Serra, para não ficar por baixo postou em sua página no Twitter que estava em Genebra, Suiça, para receber um prêmio da ONU por seu trabalho a frente do Ministério da Saúde entre 1998 e 2002 durante o governo FHC . A postagem dizia ainda que o governador faria um discurso de agradecimento no plenário do Conselho das Nações Unidas.



Todavia, a versão de Serra merece algumas "ressalvas", por assim dizer.

Luis Nassif desmascarou a verdade por trás da suposta premiação. A honraria não foi concedida pela ONU, e sim por uma ONG (World Family Organization – WFO) ligada à mesma e sediada Curitiba (PR), cuja presidente é a brasileira Deisi Noeli Weber Kusztra. A responsabilidade pelo prêmio é exclusiva da WFO. Ademais, não houve qualquer discurso de Serra no plenário nas Nações Unidas. Para mais informações clique aqui.

Eis uma nota oficial da própria ONU:


A World Family Organization (WFO) não é uma entidade da Organização das Nações Unidas (ONU). Trata-se de uma Organização Não-Governamental (ONG), com sede em Paris, associada ao Conselho Econômico e Social (ECOSOC) da ONU, com status consultivo, e associada ao Departamento de Informação Pública (DPI) da Organização.
As ONGs associadas ao ECOSOC e afiliadas ao DPI não representam a ONU nem podem, em qualquer hipótese, falar em nome da Organização. Seu papel é de colaborar com as Nações Unidas, de forma voluntária, ajudando na divulgação das atividades da Organização e, no caso do ECOSOC, contribuindo com sugestões às atividades do Conselho.
Valéria Schilling
Assessora de Comunicação
Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).

Eis agora a ficha da presidente que premiou José Serra:

Deise Noeli Weber Kusztra vai ter que prestar contas do período em que foi diretora geral da Associação Sazza Lates. A decisão é referente ao processo que tramitava desde 2003 na décima oitava vara cível. Deise dirigiu a entidade filantrópica de 1987 até 2000. O diretor que assumiu no lugar dela, Paulo Azzolini, diz ter encontrado a Saza Lattes com um furo de R$ 592 mil no caixa. Paulo Azzolini diz que boa parte da quantia saiu da entidade através de cheques de R$ 40 mil cada que eram descontados por um funcionário. Foram sete cheques descontados entre fevereiro e setembro de 2000.
Outra fraude freqüente, segundo Paulo Azzolini, era a movimentação de recursos para pessoas e entidades sem qualquer relação com a Saza Lattes. Esse tipo de movimentação teria sido constatado em uma auditoria que revelou que o buraco no caixa da associação era ainda maior.
http://www.cbncuritiba.com.br/index.php?pag=noticia&id_noticia=3924&id_menu=136&conjunto=&id_usuario=%ACicias=&id_loja=&PHPSESSID=d033903cc9042d4a0ea9f8ef77828721

Alguém duvida que, ainda assim, a imprensa dará muito mais relevo ao prêmio de Serra que ao de Lula?

sábado, 4 de julho de 2009

Rede Brasil Atual: Pesquisa revela que renda da classe C cresce 13%

Aumento do salário mínimo e políticas socias explicam elevação, segundo economista

Por: Gilson Monteiro, Jornal Brasil Atual

Publicado em 03/07/2009

Levantamento realizado em dezembro de 2008 indica que a renda do trabalhador brasileiro continua crescendo e melhor, está sobrando um pouco mais no fim do mês. De acordo com o estudo Observador Brasil, a cada vez mais numerosa classe C viu a renda subir 13% com a média pulando de R$ 1.062 para R$ 1.201.

De acordo com o especialista em finaas Amir Khair, a explicação para a boa notícia está na atuação do governo Lula que estimulou o consumo como base de crescimento econômico com aumentos no salários mínimo e a criação de programas sociais.

"Foram políticas que considero bem sucedidas e bem diferentes de políticas de caráter econômico anteriores", afirma. "O resultado é que, na medida em que se concede mais recursos para a base da pirâmide social, isso volta para a sociedade como um todo e ajuda a criar uma classe média mais forte no país", explica. Essa classe média é o que está segurando a repercussão da crise internacional.

Apesar da crise financeira, a pesquisa indica também que o otimismo do brasileiro continua crescente. De 0 a 10, a situação brasileira ganhou nota 5,62, a mais elevada desde quando a pesquisa teve início, em 2005. Entre os 14 países onde o levantamento foi feito, a avaliação brasileira foi a maior.

O economista Amir Khair avalia que o Brasil conseguiu se manter ileso se comparado com outras nações graças à política econômica adotada nos últimos meses. Para ele, gradualmente o país está usando o potencial que tem e com isso mudando as visões mais pessimistas.

"Cada vez que sai uma nova pesquias, mostra índices de confiaa em crescimento bastante expressivo. Então, creio que esta tendência deverá permanecer ao longo de 2009 e se intensificar ainda mais em 2010", aponta. Amir Khair cita os resultados das contas externas e a venda recorde de veículos novos em junho como exemplos de sucesso.

Link original AQUI.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Reuters Brasil: Vendas de veículos no país em junho têm recorde histórico, diz fonte

É a crise....
Link Original.

Vendas de veículos no país em junho têm récorde histórico
quarta-feira, 1 de julho de 2009 11:15 BRT


SÃO PAULO (Reuters) - As vendas de veículos no Brasil bateram recorde em junho, alcançando cerca de 290 mil unidades, de acordo com uma fonte da indústria.

A redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros, em vigor desde meados de dezembro, tem sustentado a comercialização de veículos no país.

O alívio fiscal tinha inicialmente prazo até março, foi prorrogado até junho e novamente estendido. As atuais alíquotas do IPI --de zero no caso dos veículos de mil cilindradas (1.0) permanecem até setembro e depois retornarão gradualmente.

Segundo a fonte ouvida pela Reuters, com acesso a dados preliminares de licenciamentos de automóveis e comerciais leves, as vendas no mês passado totalizaram 289.985 unidades, superando o recorde de 288,1 mil unidades comercializadas em julho passado, até então o melhor mês de vendas na história do setor automotivo brasileiro.

O volume no mês passado representa uma alta de cerca de 22 por cento sobre os 237,37 mil automóveis e comerciais leves vendidos em maio.

Com os números de junho, as vendas no primeiro semestre somam 1,39 milhão de unidades, superando ligeiramente os licenciamentos de 1,34 milhão do mesmo período de 2008.

O analista Alexandre Andrade, da consultoria Tendências, observa que o setor automotivo está sendo beneficiado pelo "estímulo do IPI e melhora nas condições de financiamento, principalmente nos prazos --que estão voltando a ser mais longos".

Na segunda-feira, o presidente da Anfavea, associação que reúne as montadoras instaladas no país, Jackson Schneider, afirmou que a indústria pode ter em 2009 "o melhor ano da história", após o recorde de vendas de 2008.

Diante da extensão do IPI reduzido, a entidade pode acabar revendo este mês sua projeção para o desempenho do setor este ano, de queda de 3,9 por cento nas vendas de veículos no país, para 2,7 milhões de unidades, e recuo de 11,1 por cento na produção, para 2,86 milhões de unidades.

(Por Alberto Alerigi Jr.)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Paulo Henrique Amorim: Lula vai chamar o Queiroz e o Lacerda de volta ?

Texto do Conversa Afiada.
Link original AQUI.

Lula vai chamar o Queiroz e o Lacerda de volta ? A Folha (*) e a PF não acharam o áudio do grampo …
1/julho/2009 10:11

Saiu na Folha (*), pág. A11 ……… (esses assuntos não merecem ir para a capa …):
“PF conclui caso (?) sem achar grampo no STF – Sem encontrar áudio de suposta (?) interceptação telefônica de Mendes e de Demóstenes, policia não deve indiciar ninguém.”


Se não tivesse medo, o Presidente Lula poderia fazer o seguinte :
1) Chamar às falas o Supremo Presidente do Supremo e dizer para ele: chega de desmoralizar a Justiça !
2) Demitir o ministro serrista Nelson Jobim, aquele que produziu uma babá eletrônica para ajudar o Presidente Supremo do Supremo a derrubar o ínclito delegado Paulo Lacerda;
3) Chamar Paulo Lacerda e re-nomeá-lo diretor geral da Abin
4) Chamar Protógenes Queiroz e nomeá-lo diretor geral da Polícia Federal
5) Entrar em cadeia nacional de rádio e televisão e no “Bom Dia Presidente” dizer: errei, errei, sim, caí no conto do grampo.
6) Entrar na Justiça para fechar a Veja. Como diria a Mary McCarthy, a Veja mente quando escreve “a” e “e”.
7) Mandar o Ministro Franklin Martins parar de usar as revistas da Abril para veicular publicidade do Governo – como veicular informação comercial em publicações que mentem deslavadamente ?
8 - Mandar seu Ministro da Justiça Abelardo Jurema parar de falar mal de Protógenes Queiroz e de Paulo Lacerda e polir as botas dos capangas de Gilmar Dantas (**)
9) Ligar para o Serra, pedir para fazer outro “Roda Morta” com o Protógenes e sugerir que a Lillian Witte Fibe sustente que a Veja não disse que havia áudio no grampo !?!?!?
10) Sugerir ao delegado Amaro da Polícia Federal para dar um pulinho a Los Angeles e investigar a causa mortis do Michael Jackson.
O problema é que o presidente Lula tem medo dessa gente.
Vai ver que acha que o Gilmar Dantas (**) vai fazer como o Gilmar Dantas (**) da Nicarágua.
Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é aquele jornal da “ditabranda”, do câncer do Fidel, da ficha falsa da Dilma, de Aécio vice de Serra, e que nos anos militares emprestava os carros de reportagem aos torturadores.
(**) Gilmar Mendes