Está na Folha do dia 10/06 a afirmação de Serra que a PM agiu corretamente no confronto com estudantes da USP ocorrido na semana passada, na qual se utilizou de métodos truculentos consubstanciados no uso efetivo de balas de borracha e bombas de efeito moral, além, obviamente, dos tradicionais cacetetes. Um posicionamento no mínimo paradoxal para quem foi presidente da UNE no ápice do período da repressão.
Os manifestantes clamavam por reajuste salarial de 16%, mais R$ 200 fixos, além do fim de processos administrativos contra servidores e alunos que participaram de protesto anterior --que resultou em dano ao patrimônio. A manifestação era pacífica, segundo representantes do movimento, não justificando a desproporcionalidade da conduta policial.
Meio a esse ocorrido, é pertinente fazer uma breve análise acerca dos interesses escusos por trás da afirmação de José Serra. É natural que o presidenciável tucano, em virtude do conturbado histórico de sua gestão para com os estudantes da USP, não avalizaria em hipótese alguma as manifestações estudantis até mesmo por serem contra o governo. Todavia, o que se configura como uma inegável idiossincracia é justamente o fato de José Serra ter se colocado tão incisivamente ao lado dos policiais, mesmo com o notório excesso de força por eles utilizado.
Cumpre que se enxergue a situação acima descrita a partir de um contexto que vem sendo construído há algum tempo, o qual envolve o trinômio Serra, universitários e PM.
Percebamos que Serra não avalizou o incidente de forma leviana e desplanejada: a polícia de São Paulo, ao menos até três anos atrás, possuia o 2º menor salário do País, mesmo com a demanda altíssima por segurança que uma metrópole da porte de São Paulo enseja. O governo tucano é extremamente impopular ante a polícia militar, fato que ficou evidenciado após os ataques do PCC à capital paulista no ano de 2006.
Observemos também, do outro lado, que Serra no início de 2007 emtiu uma série de decretos que gerou grandes protestos na mesma USP em virtude da retirada considerável de sua autonomia. Houve na época a ocupação da reitoria bem como conflitos contra a polícia - sem a mesma violência de agora, até onde lembro.
O episódio foi uma nódoa na trajetória política de Serra, pois com os decretos que retiravam da reitoria a autonomia de remanejar verbas para setores da Universidade, devendo estas a partir de então passarem pelo crivo do governo estadual, burocratizar-se-ia o processo, tornando menos célere e eficaz a aplicação de recursos nas mais diversas áreas do campus. Existiram também outros decretos da mesma forma alvo de protestos, como os que separavam o ensino superior das escolas técnicas.
Notemos então que o eleitorado da USP é extremamente hostil a Serra, eleitorado este que não é volúvel como a maioria, maioria na qual se inclui a própria PM.
Agora reflitamos: entre a PM e os estudantes, adivinhe qual dos lados traria maiores dividendos eleitorais? Qual dos dois lados, tradicionalmente aversos a gestões tucanas, é mais flexível e propício a se sensibilizar eleitoralmente com José Serra?
Nada e despremeditado. Podem acreditar.
Os manifestantes clamavam por reajuste salarial de 16%, mais R$ 200 fixos, além do fim de processos administrativos contra servidores e alunos que participaram de protesto anterior --que resultou em dano ao patrimônio. A manifestação era pacífica, segundo representantes do movimento, não justificando a desproporcionalidade da conduta policial.
Meio a esse ocorrido, é pertinente fazer uma breve análise acerca dos interesses escusos por trás da afirmação de José Serra. É natural que o presidenciável tucano, em virtude do conturbado histórico de sua gestão para com os estudantes da USP, não avalizaria em hipótese alguma as manifestações estudantis até mesmo por serem contra o governo. Todavia, o que se configura como uma inegável idiossincracia é justamente o fato de José Serra ter se colocado tão incisivamente ao lado dos policiais, mesmo com o notório excesso de força por eles utilizado.
Cumpre que se enxergue a situação acima descrita a partir de um contexto que vem sendo construído há algum tempo, o qual envolve o trinômio Serra, universitários e PM.
Percebamos que Serra não avalizou o incidente de forma leviana e desplanejada: a polícia de São Paulo, ao menos até três anos atrás, possuia o 2º menor salário do País, mesmo com a demanda altíssima por segurança que uma metrópole da porte de São Paulo enseja. O governo tucano é extremamente impopular ante a polícia militar, fato que ficou evidenciado após os ataques do PCC à capital paulista no ano de 2006.
Observemos também, do outro lado, que Serra no início de 2007 emtiu uma série de decretos que gerou grandes protestos na mesma USP em virtude da retirada considerável de sua autonomia. Houve na época a ocupação da reitoria bem como conflitos contra a polícia - sem a mesma violência de agora, até onde lembro.
O episódio foi uma nódoa na trajetória política de Serra, pois com os decretos que retiravam da reitoria a autonomia de remanejar verbas para setores da Universidade, devendo estas a partir de então passarem pelo crivo do governo estadual, burocratizar-se-ia o processo, tornando menos célere e eficaz a aplicação de recursos nas mais diversas áreas do campus. Existiram também outros decretos da mesma forma alvo de protestos, como os que separavam o ensino superior das escolas técnicas.
Notemos então que o eleitorado da USP é extremamente hostil a Serra, eleitorado este que não é volúvel como a maioria, maioria na qual se inclui a própria PM.
Agora reflitamos: entre a PM e os estudantes, adivinhe qual dos lados traria maiores dividendos eleitorais? Qual dos dois lados, tradicionalmente aversos a gestões tucanas, é mais flexível e propício a se sensibilizar eleitoralmente com José Serra?
Nada e despremeditado. Podem acreditar.
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