domingo, 23 de agosto de 2009

Após pré-sal, Vale é "alvo" de ação de Lula

KENNEDY ALENCAR
Colunista da Folha Online

Ao anunciar a sua proposta de nova Lei do Petróleo no final do mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializará uma inflexão no papel do Estado brasileiro: o governo passará a ter maior ação na economia.

Nos seis anos e oito meses de governo, Lula aumentou a influência do Palácio do Planalto sobre a Petrobras. Concluída a proposta de novo marco regulatório para o petróleo, Lula deverá aumentar a pressão sobre a Companhia Vale do Rio Doce.

A Petrobras é uma estatal de capital misto na qual o governo tem a maioria das ações com direito a voto. O governo indica o seu presidente. No entanto, do capital total, 60% estão em mãos privadas.

A Vale, a maior empresa brasileira depois da Petrobras, é uma companhia de capital misto também, mas um pouco diferente. O governo não interfere diretamente na gestão da Vale como faz na Petrobras, mas tem feito pressões para influenciar os rumos da administração da empresa.

Do capital com direito a voto, a Valepar tem 53% das ações da Vale. Na Valepar, um consórcio de fundos de pensão detém 49% das ações. O BNDESPar tem 11,5%. O Bradesco, 21%. E o Mitsui, 18%.

Ou seja, o Bradesco comanda a empresa por meio de um acordo de acionistas. O banco indicou Roger Agnelli para presidir a Vale. Mas uma eventual aliança entre a Previ e o BNDESpar, que é o braço do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), para participar de empresas, poderia indicar um novo presidente. O governo tem enorme influência sobre os fundos de pensão das estatais.

Nos bastidores, o governo Lula ameaçou interferir no comando administrativo da Vale a fim de levar a empresa a fazer investimentos considerados estratégicos pelo Planalto --sobretudo na área de siderurgia. Lula mandou um recado ao Bradesco. Insatisfeito com a ação da Vale durante a fase mais aguda da crise global, o presidente deseja que a companhia ouça mais o governo.

Agnelli e o Bradesco não gostam da revelação pública da pressão de Lula, mas ela existe e tem sido sentida pelo executivo e pelo banco. Em conversa reservada recentemente, Agnelli procurou selar a paz com Lula, sendo bastante cordato ao usar as palavras a fim de explicar ao presidente decisões da empresa.

Lula considera que a Vale "amarelou" no começo da crise, cortando investimentos e demitindo trabalhadores numa hora em que o governo, que sempre atendera aos pedidos da empresa, insistia na manutenção de expectativas positivas. A Vale frustrou parte desse plano, levando outras empresas a adotar o mesmo caminho, dizem auxiliares do presidente.

Na visão do governo, a Vale e os bancos privados erraram. A lucratividade do Banco do Brasil, a diminuição do desemprego e o aumento da renda evidenciariam um pessimismo desnecessário do setor privado brasileiro.

Ora, se as empresas gostam de recorrer ao Estado para tomar recursos públicos ou se aliar a fundos de pensão que sofrem influência do governo, deveriam tratar como normal algum nível de intervenção estatal. Pegar dinheiro público e tratar como se fosse privado é fácil. É capitalismo sem risco.

Nesse sentido, Lula está certo ao pressionar a Vale e ao recuperar a influência política sobre as ações estratégicas da Petrobras. O presidente avalia que as ações dos governos na crise global reforçaram seus argumentos. E ele pegou gosto pela coisa.

As grandes empresas privadas que têm o governo como sócio serão mais pressionadas por Lula daqui em diante.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Lina, Lina...

Ao menos na clássica cultura política ocidental, o ônus da prova cabe em regra aos acusadores. No episódio envolvendo a ministra Dilma Roussef com a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, a conclusão quanto a isso é óbvia: Lina, a acusadora, é quem de fato deveria suportar toda a responsabilidade de densificar suas afirmações através da demonstração de um lastro probatório que a elas conferisse um mínimo verossimilhança. A Dilma, naturalmente, cabe a defesa e refutação das afirmações de Lina, fechando desta forma o natural ciclo do contraditório e da ampla defesa, pilar de qualquer Estado Democrático de Direito. A mídia, entretanto, vem previsivelmente jogando esse fardo ilegítimo nas costas de Dilma, a acusada, subvertendo toda a ordem do devido processo legal não apenas ao inverter o ônus da prova, mas também ao fazer um antecipado juízo de valor em relação à ministra por ilações da ex-secretária que possuem alicerces extremamente questionáveis.

Primeiramente, Lina disse que a ministra tentou por fim às investigações contra Sarney usando o termo "agilizar"; não tardou para a ex-secretária mudar de discurso e dizer que entendeu a expressão como uma agilização em sentido literal, vez que essa requisição já havia sido feita pelo Judiciário. Eis a primeira incongruência.

Logo depois, não buscou fundamentar a sua tese em fatos, mas sim em sua vaidade ("minha biografia não tem mentira"), exatamente pela ausência de pressupostos fáticos que corroborassem com sua tese. Limitar-se a afirmar que nunca mentiu é o mesmo que nada perante qualquer órgão inquisidor ou jurisdicional. Se não há a possibilidade de provar com fatos, não há prova. Simples.

Ora, a ex-secretária também não marcou a reunião em sua agenda, o que seria a prova cabal, categórica, insofismável e objetiva da existência do encontro.

Aliás, inicialmente disse que havia marcado o encontro, mas como as suas coisas estavam empacotadas em virtude de sua viagem de volta a Natal, não teria acesso à agenda.

Eis que surge a segunda guinada no discurso de Lina: o agendamento - que antes não era possível consultar em virtude do empacotamento de seus pertences - já não existe mais. 2ª incongruência.

O que poderia ser feito então? Consultar as imagens da rede interna de câmeras do Ministério da Casa Civil. Para isso, bastava Lina dizer ao menos o mês em que ocorreu a suposta reunião com a ministra.

Mas o que alegou a ex-secretária? Que não se lembra não apenas do dia, mas também do mês em que a reunião aconteceu; da vestimenta da ministra e do cafezinho que lhe fora supostamente servido, observações de relevância nula em sede investigativa, a ex-secretária lembra, mas do mês da reunião, que é o que realmente interessaria para fins de averiguação, Lina não faz a mínima ideia.

3ª incongruência.

Não obstante, Dilma é quem está sendo demonizada pela mídia, em uma aberrante inversão de papéis quanto à responsabilidade de provar o acontecido. É assim que funcionam as coisas no Brasil, consolidando a cada dia a ideia de que a melhor saída ainda é o aeroporto.

sábado, 15 de agosto de 2009

A volta das pesquisas

Do Nassif:

A volta das pesquisas

Por Roberto São Paulo/SP

Serra lidera com 37%, Dilma e Ciro empatam, diz Datafolha

15/08/2009 - 16h54, da Folha Online

Pesquisa Datafolha que será publicada neste domingo (16) pela Folha indica que o governador José Serra (PSDB-SP) está na frente na preferência dos eleitores na sucessão presidencial em 2010.

O jornal já está nas bancas da Grande São Paulo.

Serra tem 37% das intenções de voto. Em segundo lugar, estão empatados a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) com 16% e o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) com 15%.

Heloísa Helena (PSOL) tem 12% e está em quarto lugar. A senadora Marina Silva (PT-AC) tem 3% das intenções de voto.

A pesquisa ouviu 4.100 entrevistados entre os dias 11 e 13 de agosto, em 171 municípios. A margem de erro é de 2% para mais ou para menos.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u610260.shtml

Comentário

Para entender a volta das pesquisas:

1. Superexposição de José Serra na mídia, especialmente no Jornal Nacional. Dia desses chegaram a dar 3 minutos para uma senhora, nem um mínimo de appeal televiso, falar sobre a … defensoria pública em São Paulo, com direito a fornecer o telefone para todo o Brasil.

2. Todo o carnaval em cima da lei antifumo.

3. Todo o carnaval em cima do imbróiglio Sarney, associando-o a Lula e a Dilma.

4. O factóide da ex-Secretaria da Receita.

Em cima disso, tome pesquisa e garanta a sobrevida da candidatura Serra.

Pergunto: é uma interferência indevida na vida democrática do país ou não?

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

domingo, 2 de agosto de 2009

Obama: "We want stronger ties with Brazil."

(Link original AQUI.)

President Barack Obama said he wants stronger ties with Brazil, especially in the commercial area, a top aide and possible successor to Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva said.

"He made what I consider a very strong and important statement," Lula's chief of staff Dilma Rousseff, speaking through a translator, said at the end of the US-Brazil CEO Forum, which brings together top US business and top government officials from each country.

Rousseff, who is Lula's preferred candidate in Brazil's 2010 presidential election, said Obama dropped in on her and other forum participants during a meeting in the office of White House national security adviser Jim Jones.

The forum consists of 10 business leaders each from the United States and Brazil, who meet at least once every six months to make recommendations to the two governments on how to expand trade and investment ties.

Tim Solso, president of Cummins Inc and the US co-chairman of the forum, said the participants urged the two countries to begin talks on a Trade and Investment Framework Agreement as a stepping stone to a broader trade pact.

White House deputy national security adviser Michael Froman said the two governments would explore that possibility, but had not made any decision yet.

Brazil's Minister of Development, Industry and Foreign Trade Miguel Jorge also also participated in the forum, along with US Commerce Secretary Gary Locke.

The two sides discussed progress on bilateral tax and investment treaties, as well as ways the two countries could cooperate on developing renewable energy source and addressing global climate change, officials said.

The CEOs recommended the United States eliminate its tariff on ethanol imports, a move that would benefit Brazil but face strong opposition from U.S. corn growers and their proponents in Congress, such as Senator Charles Grassley.

The government and business leaders called for conclusion of the long-running Doha round of world trade talks.

Froman denied the United States was dragging its feet in those negotiations, as some diplomats at World Trade Organization headquarters in Geneva have complained.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Marcos Boulos: A gripe suína mata tanto quando a gripe sazonal, que vem em todo inverno.

Do blog CONVERSA AFIADA.
Link para a entrevista AQUI.

Resumo da entrevista:

Das doenças infecciosas, a gripe suína é uma das menos graves.

Ela mata tanto quando a gripe sazonal, que vem em todo inverno.

Dos que pegam gripe suína, 0,1% morre.

Uma pessoa em mil que entre os que pegam a gripe.

O sarampo mata 40 vezes mais.

A meningite, 200 vezes mais.

Essa gripe vai durar mais um mês, um mês e meio – como toda gripe, ela vem no inverno.

E a imunização através da vacina estará pronta em três, quatro meses.

Quando a mídia só chama a atenção para as mortes, para os fatores negativos da doença, isso é alarmismo.

É necessário noticiar, uma obrigação da mídia contribuir para que as pessoas conheçam a doença e a maneira de enfrentá-la.

A novidade dessa gripe em relação à gripe sazonal é que essa gripe suína compromete pessoas saudáveis.

Enquanto a gripe sazonal costuma pegar em criancinhas – cujo sistema imunológico ainda não está formado – e em adultos da terceira idade.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

The Economist: Brazil's Petrobras - Oil and revolution

Leia abaixo o texto traduzido.

Se preferir a versão original, vá direto ao site do The Economist clicando AQUI.

Petróleo e revolução

A Petrobras possui vastas reservas de petróleo, influência comercial e excelentes conexões chinesas. Mas enfrenta incerteza política

Conforme os chefes das principais petrolíferas mundiais caminham, José Sergio Gabrielli sobressai-se, extraordinariamente. O presidente da Petrobras – gigante brasileira do setor de petróleo e gás, parte privada e parte pública – Gabrielli assumiu uma posição de esquerda na política aos 15 anos de idade. Depois de passar seis meses na prisão sob uma ditadura militar, mudou para o campo menos polêmico da macroeconomia, obtendo o doutorado pela Boston University e o posto de professor em uma universidade brasileira (da qual está licenciado). Voltando à política de esquerda na década de 1980, procurou trabalhar para o Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entretanto, desde 2005, dirige a mais ambiciosa petrolífera do mundo. A Petrobras é a principal produtora do maior campo petrolífero descoberto neste século, nas profundezas do oceano Atlântico.

Conexões políticas são essenciais para a Petrobras. Embora 60% das suas ações sejam negociáveis, o governo federal ainda é o seu acionista controlador. Seu conselho é presidido pela ministra-chefe da Casa Civil do governo Lula, Dilma Rousseff. Mas a política também pode levar a empresa a apuros. O Congresso brasileiro criou recentemente uma comissão para investigar a Petrobras, em resposta às alegações de contratos superfaturados e motivações políticas nas atividades beneficentes da empresa.

Esta semana, o jornal O Globo deu uma amostra do que está por vir, com uma história revelando que um fornecedor da Petrobras havia dado, como seu endereço, uma casa abandonada ocupada por 60 cães e 300 gatos.

O Gabrielli considera a investigação positiva porque é uma chance de o público realizar um escrutínio sobre a principal companhia brasileira, mas teme que ela se torne um circo político, como acontece normalmente com essas comissões parlamentares do Congresso. A Petrobras já forneceu 10 mil páginas de provas para refutar a alegação de superfaturamento na construção de uma nova refinaria. Haverá muitas outras acusações como essas, e elas devem criar uma provável impressão de infração, mesmo se nada for realmente comprovado. O mesmo vale para o extenso orçamento beneficente para ajudar a preservar tartarugas e a subsidiar filmes, por exemplo. Isso é administrado de forma mais profissional do que no passado, mas a Petrobras ainda é vulnerável a acusações de favoritismo político.

Embora o inquérito possa causar alguns danos na reputação da Petrobras, estes provavelmente serão leves. A comissão tem a maioria da base aliada do governo. Seus membros incluem Fernando Collor, um ex-presidente que renunciou em 1992 enquanto enfrentava um processo de impeachment por corrupção, e Marcelo Crivella, um bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, um Pentecostal uniforme. Eles vão se juntar ao espetáculo.

A segunda incerteza enfrentada pela Petrobras diz respeito a um novo marco legal que irá reger a exploração do petróleo pré-sal (os novos campos se encontram sob uma camada de sal abaixo do leito marinho). Uma comissão criada pelo governo para este estudo deve apresentar um relatório em breve. Prevê-se propor a aquisição de todos os direitos não atribuídos na área do pré-sal (62% do total) a uma nova empresa inteiramente de propriedade estatal, que seria parceira da Petrobras ou qualquer outra empresa que assine contratos exploração.

Diferentes alas do governo defendem que as receitas provenientes dessas parcerias sejam usadas para finalidades específicas, para a educação ou infra-estrutura, enquanto outros querem que as verbas sigam para os cofres federais. Um risco para o Brasil é que essa nova companhia se torne uma fonte de lucros sem uma real função, exceto satisfazer a avareza dos políticos. O maior perigo para a Petrobras é a possibilidade de a nova companhia vir a se tornar uma rival comercial.

A Petrobras está avançando com um ambicioso plano de investir US$ 174 bilhões nos próximos cinco anos. Críticos questionam o quanto deste plano será concretizado. Mas o senhor Gabrielli diz que mesmo que o preço do petróleo caia para não mais que US$ 45 dólares o barril, os US$30 bilhões levantados pela empresa este ano serão suficientes para financiar os planos da estatal para os próximos dois anos. Se o preço do petróleo estiver a US$ 65 dólares o barril (onde situava-se esta semana), a empresa poderá financiar os planos para os próximos cinco anos. Além de desenvolver os novos campos, ela pretende construir cinco novas refinarias, para gerar mais eletricidade e para construir uma rede de gasodutos no Brasil.

A Petrobras levantou US$ 10 bilhões do governo chinês no início deste ano, em troca da promessa feita à Sinopec, uma petrolífera estatal, de um fornecimento garantido de até 200 mil barris de petróleo por dia durante dez anos. Gabrielli quer mais acordos como esse. Além dos campos do pré-sal, a Petrobras está explorando 270 blocos no Golfo do México e mais de 200 outros em terra (onshore) no Brasil. Ele pode recorrer à China para financiá-los também. Os chineses, sorri ironicamente Gabrielli, “preferem fazer acordos à enviar o seu exército para garantir os fornecimentos, como os americanos.” O senhor do petróleo ainda ostenta um vestígio do agitador de 15 anos atrás.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Ailton Medeiros: CPI DA PETROBRAS PÕE ECONOMIA EM RISCO

23/07/09
Até o “Financial Times” concorda: a CPI da Petrobrás põe em risco o “boom” da economia brasileira.

É o que diz reportagem do tradicional jornal britânico assinada pelo jornalista Don Phillips que chega a ironizar a grande mídia brasileira.

Confiram trechos:
“Apenas nos próximos cinco anos, a Petrobras planeja investir US$ 28,9 bilhões nos campos “pré-sal” de águas profundas. A investigação [a CPI] chega em um momento ruim”.

“A empresa está dando início ao desenvolvimento dos campos pré-sal tecnicamente complexos, mas o preparo de sua defesa já está desviando recursos administrativos desse esforço”, diz Gareth Chetwynd da “Upstream”, a revista especializada em petróleo e gás.”

Para ler o texto na íntegra, clique aqui.

Mônica Salmaso

Uma homenagem a quem considero a melhor cantora da atualidade.



quarta-feira, 22 de julho de 2009

domingo, 19 de julho de 2009

Fim dos CDs?

Que o CD tornou-se um objeto e produto obsoleto não se tem dúvidas. Os números que vieram após a morte de Michael Jackson comprovam que não há mais solução para a indústria de CD’s.

A venda de músicas de Michael Jackson disparou após sua morte. E disparou com muita força.

Só para termos uma idéia, na segunda-feira passada, os 13 discos mais vendidos na Amazon.com (é uma boa amostra do que é vendido no mundo) atualmente são de Michael Jackson ou do Jackson Five.

Estima-se que os discos do Rei do Pop tenham vendido algo em torno de 4 milhões de cópias, apenas nos últimos 20 dias. Para termos uma idéia da movimentação em torno do astro, no site Letras.com, dentre as 200 músicas mais pesquisadas, 69 eram do cantor.

Veja que ele tem os 13 discos mais vendidos do mundo atualmente, e em 23 dias vendeu “apenas” 4 milhões de cópias. Há 20 anos esse número seria irrisório. apenas com o álbum Thriller, Jackson vendeu mais de 100 milhões de cópias.

Mas em compensação, entre downloads legais e ilegais, o número seria superior a 200 milhões de transferências de arquivos, apenas em pouco mais de 20 dias.

O modelo de discos está realmente esgotado. Eu ainda não entendi porque algumas gravadoras ainda insistem no modelo antigo, com 15/20 músicas, quando o racional seria lançar uma música de cada vez, trabalhar junto com o artista na divulgação, e faturar de outra forma, como na promoção de shows.

Enquanto continuar desta forma, é inevitável que a pirataria continue ganhando a luta.

Primeiro que ninguém está disposto a pagar R$ 30,00 em um produto que pode conseguir facilmente na internet, de graça. Segundo que a maioria das pessoas escuta som em formato MP3, em ipod’s, tocadores de mp3, computadores, ou mesmo no som do automóvel.

É uma luta ingrata onde é inevitável a derrota.

O Rei do Pop fez estourar a MTV, os grandes shows, a venda de discos na década de 80 e também influenciou centenas de músicos, e na sua morte ajudou a provar que a indústria fonográfica já é um produto do passado.

"The American Dream" - Distribuição de renda nos EUA


Para quem acha que os EUA vive ainda o sonho americano (que nunca viveu).

Luis Nassif avalia candidatura de Serra

O Último Suspiro de Serra

do Blog de Luis Nassif


Entenda melhor o que está por trás dessa escalada de CPIs, escândalos e tapiocas da mídia.

A candidatura José Serra naufragou. Seus eleitores ainda não sabem, seus aliados desconfiam, Serra está quase convencido, mas naufragou.

Política e economia têm pontos em comum. Algumas forças determinam o rumo do processo, que ganha uma dinâmica que a maioria das pessoas demora em perceber. Depois, torna-se quase impossível reverter, a não ser por alguma hecatombe - um grande escândalo.

O início da derrocada

O início da derrocada de Serra ocorreu simultaneamente com sua posse como novo governador de São Paulo. Oportunamente abordarei as razões desse fracasso.

Basicamente:

1. O estilo autoritário-centralizador e a falta de punch para a gestão. O Serra do Ministério da Saúde cedeu lugar a um político vazio, obcecado com a política rasteira. Seu tempo é utilizado para planejar maldades, utilizar a mão-de-gato para atingir adversários, jornalistas atacando colegas e adversários e sua tropa de choque atuando permanentemente para desestabilizar o governo.

2. Fechou-se a qualquer demanda da sociedade, de empresários, trabalhadores ou movimentos sociais.

3. Trocou programas e ideias pelo modo tradicional de fazer política: grandes gastos publicitários, obras viárias, intervenções suspeitíssimas no zoneamento municipal (comandado por Andrea Matarazzo), personalismo absurdo, a ponto de esconder o trabalho individual de cada secretário, uso de verbas da educação para agradar jornais. Ao contrário de Franco Montoro, apesar de ter alguns pesos-pesados em seu secretariado, só Serra aparece. Em vez de um estado-maior, passou a comandar um exército de cabos e sargentos em que só o general pode se pronunciar.

4. Abandonando qualquer veleidade de inovar na gestão, qual a marca de Serra? Perdeu a de bom gestor, perdeu a do sujeito aberto ao contato com linhas de pensamento diversas (que consolidou na Saúde), firmou a de um autoritário ameaçador (vide as pressões constantes sobre qualquer jornalista que ouse lhe fazer uma crítica).

5. No meio empresarial (indústria, construção civil), perdeu boa parte da base de apoio. O mercado o encara com um pé atrás. Setores industriais conseguem portas abertas para dialogar no governo federal, mas não são sequer recebidos no estadual. Há uma expectativa latente de guerra permanente com os movimentos sociais. Sobraram, para sua base de apoio, a mídia velha e alguns grandes grupos empresariais de São Paulo - mas que também (os grupos) vêem a candidatura Dilma Rousseff com bons olhos.

A rede de interesses

O PSDB já sabe que o único candidato capaz de surpreender na campanha é Aécio Neves. Deixou marca de boa gestão, mostrou espírito conciliador, tem-se apresentado como continuidade aprimorada do governo Lula - não como um governo de ruptura, imagem que pegou em Serra.

Será bem sucedido? Provavelmente não. Entre a herança autêntica de Lula - Dilma - e o genérico - Aécio - o eleitor ficará com o autêntico. Além disso, se Serra se tornou uma incógnita em relação ao financismo da economia, Aécio é uma certeza: com ele, voltaria com tudo o estilo Malan-Armínio de política econômica, momentaneamente derrotado pela crise global. Mas, em caso de qualquer desgaste maior da candidatura oficial, quem tem muito mais probabilidade de se beneficiar é Aécio, que representa o novo, não Serra, que passou a encarnar o velho.

Acontece que Serra tem três trunfos que estão amarrando o PSDB ao abraço de afogado com ele.

O primeiro, caixa fornida para bancar campanhas de aliados. O segundo, o controle da Executiva do partido. O terceiro, o apoio (até agora irrestrito) da mídia, que sonha com o salvador que, eleito, barrará a entrada de novos competidores no mercado.

Se desiste da candidatura, todos os que passaram a orbitar em torno dele terão trabalho redobrado para se recolocarem ante outro candidato. Os que deram apoio de primeira hora sempre terão a preferência.

Fica-se, então, nessa, de apelar para os escândalos como último recurso capaz de inverter a dinâmica descendente de sua candidatura. E aí sobressai o pior de Serra.

Ressuscitando o caso Lunus

Em 2002, por exemplo, a candidatura Roseana Sarney estava ganhando essa dinâmica de crescimento. Ganhara a simpatia da mídia, o mercado ainda não confiava em Serra. Mas não tinha consistência. Não havia uma base orgânica garantindo-a junto à mídia e ao eleitorado do centro-sul. E havia a herança Sarney.

Serra acionou, então, o Delegado Federal Marcelo Itagiba, procuradores de sua confiança no episódio que ficou conhecido como Caso Lunus - um flagrante sobre contribuições de campanha, fartamente divulgado pelo Jornal Nacional. Matou a candidatura Roseana. Ficou com a imagem de um chefe de KGB.

A dinâmica atual da candidatura Dilma Rousseff é muito mais sólida que a de Roseana.

1. É apoiada pelo mais popular presidente da história moderna do país.

2. Fixou imagem de boa gestora. Conquistou diversos setores empresariais colocando-se à disposição para conversas e soluções. O Plano Habitacional saiu dessas conversas.

3. Dilma avança sobre as bases empresariais de Serra, e Serra se indispôs com todos os movimentos sociais por seu estilo autoritário.

4. Grande parte dessa loucura midiática de pretender desestabilizar o governo se deve ao receio de que Dilma não tenha o mesmo comportamento pacífico de Lula quando atacada. Mas ela tem acenado para a mídia, mostrando-se disposta a uma convivência pacífica. Não se sabe até que ponto será bem sucedida, mas mostrou jogo de cintura. Já Serra, embora tenha fechado com os proprietários de grupos de mídia, tem assustado cada vez mais com sua obsessão em pedir a cabeça de jornalistas, retaliar, responder agressivamente a qualquer crítica, por mais amena que seja. Se já tinha pendores autoritários, o exercício da governança de São Paulo mexeu definitivamente com sua cabeça. No poder, não terá a bonomia de FHC ou de Lula para encarar qualquer crítica da mídia ou de outros setores da economia.

5. A grande aposta de Serra - o agravamento da crise - não se confirmou. 2010 promete ser um ano de crescimento razoável.

Com esse quadro desfavorável, decidiu-se apertar o botão vermelho da CPI da Petrobrás.

O caso Petrobras

Com a CPI da Petrobras todos perderão, especialmente a empresa. Há um vasto acervo de escândalos escondidos do governo FHC, da passagem de Joel Rennó na presidência, aos gastos de marketing especialmente no período final do governo FHC.

Todos esses fatos foram escondidos devido ao acordo celebrado entre FHC e José Dirceu, visando garantir a governabilidade para Lula no início de seu governo. A um escândalo, real ou imaginário, aqui se devolverá um escândalo lá. A mídia perdeu o monopólio da escandalização. Até que grau de fervura ambos os lados suportarão? Lá sei eu.

O que dá para prever é que essa guerra poderá impor perdas para o governo; mas não haverá a menor possibilidade de Serra se beneficiar. Apenas consolidará a convicção de que, com ele presidente, se terá um país conflagrado.

Dependendo da CPI da Petrobras, aguarde nos próximos meses uma virada gradual da mídia e de seus aliados em direção a Aécio.

Agencia Estado: Reservas do Brasil batem recorde e somam US$ 209,5 bi

Reservas do Brasil batem recorde e somam US$ 209,5 bi (link original)

FERNANDO NAKAGAWA E RENATA VERÍSSIMO - Agencia Estado


BRASÍLIA - As reservas internacionais brasileiras atingiram ontem um novo recorde histórico, totalizando US$ 209,576 bilhões, pelo conceito de liquidez internacional. O valor mais alto já atingido pelas reservas, até então, havia sido de US$ 209,386 bilhões, em 6 de outubro de 2008. O novo valor representa uma elevação de US$ 265 milhões em relação aos US$ 209,311 bilhões registrados na quarta-feira (dia 15).

Mesmo com a crise financeira internacional, o Banco Central (BC) retomou os leilões de compra de dólar no dia 8 de maio. Desde então, essas intervenções diárias já retiraram US$ 6,2 bilhões do mercado, conforme dado atualizado até 15 de julho. Essas intervenções têm sido possíveis porque o fluxo de dólares voltou a ficar positivo para o Brasil. Entre abril e junho, por exemplo, US$ 6 bilhões ingressaram no País, e o fluxo cambial no acumulado de 2009, que estava negativo, voltou a ficar positivo, com a entrada de US$ 3,1 bilhões este ano até a última sexta-feira (dia 10).

Outro motivo que ajudou no aumento do montante é a valorização dos ativos que compõem as reservas. Os quase US$ 210 bilhões são investidos em aplicações consideradas de baixíssimo risco, como os títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries) e o ouro. Em meio à crise, investidores migraram das ações - consideradas arriscadas - para opções mais seguras, como os papéis norte-americanos. Esse movimento elevou a procura pelos títulos, o que aumentou o valor de mercado desses ativos. Como o Brasil os possuía, houve consequente valorização das reservas.

Mas essa entrada de novos dólares nas reservas não lembra em nada o que se via há alguns meses. Logo após o agravamento da crise em setembro do ano passado, o BC passou a usar as reservas para tentar minimizar os efeitos da crise. Foram duas ações para tentar reverter a escassez de dólares no Brasil: venda de dólares no mercado à vista e empréstimo para o financiamento aos exportadores.

Ao todo, o BC repassou US$ 39 bilhões das reservas para o mercado financeiro. Mas com a volta da moeda estrangeira ao País, essas intervenções não são mais realizadas, porque as empresas têm conseguido comprar a moeda no próprio mercado. Diante disso, US$ 20 bilhões já voltaram às reservas.

No auge da crise, o BC repassou US$ 14,5 bilhões aos bancos em leilões simples de venda de dólar. Ao mesmo tempo, empréstimos para exportadores colocaram US$ 24,4 bilhões no mercado. Desses recursos, US$ 15,9 bilhões já foram devolvidos ao BC, porque o prazo do empréstimo terminou.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Dois pesos...

Na terça-feira passada (07/07), o presidente Lula recebeu da Unesco, em Paris, o prêmio Félix Houphouët-Boigny, concedido àqueles que prestam valorosos serviços pela paz no mundo. Com ele já foram agraciados nomes do quilate de Nelson Mandela, Yasser Arafat e Jimmy Carter.

Em situação análoga a do presidente, o economista bengalês Muhammad Yunus no ano de 2006,foi o vencedor do Nobel da Paz pelo seu memorável combate contra a pobreza na Índia. Yunus é fundador do Grameen, o "banco dos pobres", cuja finalidade é conceder microcréditos para a população hindu menos favorecida.

A lógica da premiação de Lula segue a esteira do exemplo acima: o precípuo combate contra a fome, a miséria e a pobreza. E qual a relação disso com a paz? Um quadro de pessoas bem nutridas e com qualidade de vida digna é sem dúvida um eficiente remédio preventivo contra a proliferação de agruras sociais onde dentre as quais se encontra a violência.

Ambas as premiações concebem uma tendência recente das Nações Unidas em extender o sentido da luta pela paz abrangendo situações correlatas e de efeitos reflexos em sua consecução; não existe prêmio Nobel da Economia nem do Combate a Fome, por exemplo, mas é inegável que o respeito à dignidade da pessoa humana proporcionada por tais espécies de contribuições gera inegáveis resultados também nos âmbitos da paz e da harmonia social. Nesse sentido, a ONU já concedeu o aludido prêmio pela luta em favor dos direitos humanos bem como pela defesa do meio-ambiente, consolidando o sentido abrangente da militância pela paz.

Contudo, em que pese ter o Presidente da República recebido tamanha graça internacional, seara na qual o reconhecimento pelas íngremes e sucessivas diminuições nos índices de miséria e pobreza no Brasil é quase que unânime, portou-se a imprensa brasileira com a indiferença típica de quem se move por interesses políticos e escusos: tímidos cantos de página e rodapés foram reservados à veicular tal notícia. Mais previsível, impossível.

No dia seguinte, o governador de São Paulo, o tucano José Serra, para não ficar por baixo postou em sua página no Twitter que estava em Genebra, Suiça, para receber um prêmio da ONU por seu trabalho a frente do Ministério da Saúde entre 1998 e 2002 durante o governo FHC . A postagem dizia ainda que o governador faria um discurso de agradecimento no plenário do Conselho das Nações Unidas.



Todavia, a versão de Serra merece algumas "ressalvas", por assim dizer.

Luis Nassif desmascarou a verdade por trás da suposta premiação. A honraria não foi concedida pela ONU, e sim por uma ONG (World Family Organization – WFO) ligada à mesma e sediada Curitiba (PR), cuja presidente é a brasileira Deisi Noeli Weber Kusztra. A responsabilidade pelo prêmio é exclusiva da WFO. Ademais, não houve qualquer discurso de Serra no plenário nas Nações Unidas. Para mais informações clique aqui.

Eis uma nota oficial da própria ONU:


A World Family Organization (WFO) não é uma entidade da Organização das Nações Unidas (ONU). Trata-se de uma Organização Não-Governamental (ONG), com sede em Paris, associada ao Conselho Econômico e Social (ECOSOC) da ONU, com status consultivo, e associada ao Departamento de Informação Pública (DPI) da Organização.
As ONGs associadas ao ECOSOC e afiliadas ao DPI não representam a ONU nem podem, em qualquer hipótese, falar em nome da Organização. Seu papel é de colaborar com as Nações Unidas, de forma voluntária, ajudando na divulgação das atividades da Organização e, no caso do ECOSOC, contribuindo com sugestões às atividades do Conselho.
Valéria Schilling
Assessora de Comunicação
Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).

Eis agora a ficha da presidente que premiou José Serra:

Deise Noeli Weber Kusztra vai ter que prestar contas do período em que foi diretora geral da Associação Sazza Lates. A decisão é referente ao processo que tramitava desde 2003 na décima oitava vara cível. Deise dirigiu a entidade filantrópica de 1987 até 2000. O diretor que assumiu no lugar dela, Paulo Azzolini, diz ter encontrado a Saza Lattes com um furo de R$ 592 mil no caixa. Paulo Azzolini diz que boa parte da quantia saiu da entidade através de cheques de R$ 40 mil cada que eram descontados por um funcionário. Foram sete cheques descontados entre fevereiro e setembro de 2000.
Outra fraude freqüente, segundo Paulo Azzolini, era a movimentação de recursos para pessoas e entidades sem qualquer relação com a Saza Lattes. Esse tipo de movimentação teria sido constatado em uma auditoria que revelou que o buraco no caixa da associação era ainda maior.
http://www.cbncuritiba.com.br/index.php?pag=noticia&id_noticia=3924&id_menu=136&conjunto=&id_usuario=%ACicias=&id_loja=&PHPSESSID=d033903cc9042d4a0ea9f8ef77828721

Alguém duvida que, ainda assim, a imprensa dará muito mais relevo ao prêmio de Serra que ao de Lula?

sábado, 4 de julho de 2009

Rede Brasil Atual: Pesquisa revela que renda da classe C cresce 13%

Aumento do salário mínimo e políticas socias explicam elevação, segundo economista

Por: Gilson Monteiro, Jornal Brasil Atual

Publicado em 03/07/2009

Levantamento realizado em dezembro de 2008 indica que a renda do trabalhador brasileiro continua crescendo e melhor, está sobrando um pouco mais no fim do mês. De acordo com o estudo Observador Brasil, a cada vez mais numerosa classe C viu a renda subir 13% com a média pulando de R$ 1.062 para R$ 1.201.

De acordo com o especialista em finaas Amir Khair, a explicação para a boa notícia está na atuação do governo Lula que estimulou o consumo como base de crescimento econômico com aumentos no salários mínimo e a criação de programas sociais.

"Foram políticas que considero bem sucedidas e bem diferentes de políticas de caráter econômico anteriores", afirma. "O resultado é que, na medida em que se concede mais recursos para a base da pirâmide social, isso volta para a sociedade como um todo e ajuda a criar uma classe média mais forte no país", explica. Essa classe média é o que está segurando a repercussão da crise internacional.

Apesar da crise financeira, a pesquisa indica também que o otimismo do brasileiro continua crescente. De 0 a 10, a situação brasileira ganhou nota 5,62, a mais elevada desde quando a pesquisa teve início, em 2005. Entre os 14 países onde o levantamento foi feito, a avaliação brasileira foi a maior.

O economista Amir Khair avalia que o Brasil conseguiu se manter ileso se comparado com outras nações graças à política econômica adotada nos últimos meses. Para ele, gradualmente o país está usando o potencial que tem e com isso mudando as visões mais pessimistas.

"Cada vez que sai uma nova pesquias, mostra índices de confiaa em crescimento bastante expressivo. Então, creio que esta tendência deverá permanecer ao longo de 2009 e se intensificar ainda mais em 2010", aponta. Amir Khair cita os resultados das contas externas e a venda recorde de veículos novos em junho como exemplos de sucesso.

Link original AQUI.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Reuters Brasil: Vendas de veículos no país em junho têm recorde histórico, diz fonte

É a crise....
Link Original.

Vendas de veículos no país em junho têm récorde histórico
quarta-feira, 1 de julho de 2009 11:15 BRT


SÃO PAULO (Reuters) - As vendas de veículos no Brasil bateram recorde em junho, alcançando cerca de 290 mil unidades, de acordo com uma fonte da indústria.

A redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros, em vigor desde meados de dezembro, tem sustentado a comercialização de veículos no país.

O alívio fiscal tinha inicialmente prazo até março, foi prorrogado até junho e novamente estendido. As atuais alíquotas do IPI --de zero no caso dos veículos de mil cilindradas (1.0) permanecem até setembro e depois retornarão gradualmente.

Segundo a fonte ouvida pela Reuters, com acesso a dados preliminares de licenciamentos de automóveis e comerciais leves, as vendas no mês passado totalizaram 289.985 unidades, superando o recorde de 288,1 mil unidades comercializadas em julho passado, até então o melhor mês de vendas na história do setor automotivo brasileiro.

O volume no mês passado representa uma alta de cerca de 22 por cento sobre os 237,37 mil automóveis e comerciais leves vendidos em maio.

Com os números de junho, as vendas no primeiro semestre somam 1,39 milhão de unidades, superando ligeiramente os licenciamentos de 1,34 milhão do mesmo período de 2008.

O analista Alexandre Andrade, da consultoria Tendências, observa que o setor automotivo está sendo beneficiado pelo "estímulo do IPI e melhora nas condições de financiamento, principalmente nos prazos --que estão voltando a ser mais longos".

Na segunda-feira, o presidente da Anfavea, associação que reúne as montadoras instaladas no país, Jackson Schneider, afirmou que a indústria pode ter em 2009 "o melhor ano da história", após o recorde de vendas de 2008.

Diante da extensão do IPI reduzido, a entidade pode acabar revendo este mês sua projeção para o desempenho do setor este ano, de queda de 3,9 por cento nas vendas de veículos no país, para 2,7 milhões de unidades, e recuo de 11,1 por cento na produção, para 2,86 milhões de unidades.

(Por Alberto Alerigi Jr.)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Paulo Henrique Amorim: Lula vai chamar o Queiroz e o Lacerda de volta ?

Texto do Conversa Afiada.
Link original AQUI.

Lula vai chamar o Queiroz e o Lacerda de volta ? A Folha (*) e a PF não acharam o áudio do grampo …
1/julho/2009 10:11

Saiu na Folha (*), pág. A11 ……… (esses assuntos não merecem ir para a capa …):
“PF conclui caso (?) sem achar grampo no STF – Sem encontrar áudio de suposta (?) interceptação telefônica de Mendes e de Demóstenes, policia não deve indiciar ninguém.”


Se não tivesse medo, o Presidente Lula poderia fazer o seguinte :
1) Chamar às falas o Supremo Presidente do Supremo e dizer para ele: chega de desmoralizar a Justiça !
2) Demitir o ministro serrista Nelson Jobim, aquele que produziu uma babá eletrônica para ajudar o Presidente Supremo do Supremo a derrubar o ínclito delegado Paulo Lacerda;
3) Chamar Paulo Lacerda e re-nomeá-lo diretor geral da Abin
4) Chamar Protógenes Queiroz e nomeá-lo diretor geral da Polícia Federal
5) Entrar em cadeia nacional de rádio e televisão e no “Bom Dia Presidente” dizer: errei, errei, sim, caí no conto do grampo.
6) Entrar na Justiça para fechar a Veja. Como diria a Mary McCarthy, a Veja mente quando escreve “a” e “e”.
7) Mandar o Ministro Franklin Martins parar de usar as revistas da Abril para veicular publicidade do Governo – como veicular informação comercial em publicações que mentem deslavadamente ?
8 - Mandar seu Ministro da Justiça Abelardo Jurema parar de falar mal de Protógenes Queiroz e de Paulo Lacerda e polir as botas dos capangas de Gilmar Dantas (**)
9) Ligar para o Serra, pedir para fazer outro “Roda Morta” com o Protógenes e sugerir que a Lillian Witte Fibe sustente que a Veja não disse que havia áudio no grampo !?!?!?
10) Sugerir ao delegado Amaro da Polícia Federal para dar um pulinho a Los Angeles e investigar a causa mortis do Michael Jackson.
O problema é que o presidente Lula tem medo dessa gente.
Vai ver que acha que o Gilmar Dantas (**) vai fazer como o Gilmar Dantas (**) da Nicarágua.
Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é aquele jornal da “ditabranda”, do câncer do Fidel, da ficha falsa da Dilma, de Aécio vice de Serra, e que nos anos militares emprestava os carros de reportagem aos torturadores.
(**) Gilmar Mendes

domingo, 28 de junho de 2009

Golpe militar em Honduras

Do BBC News:

Troops detain Honduran president

Troops in Honduras have detained the president ahead of a referendum on plans to change the constitution.

President Manuel Zelaya's secretary said he had been taken to an airbase outside the capital, Tegucigalpa.

Mr Zelaya, elected for a non-renewable four-year term in January 2006, wanted a vote to extend his time in office.

The referendum, due on Sunday, had been ruled illegal by the Supreme Court and was also opposed by Congress and members of Mr Zelaya's own party.

Reuters news agency reports that soldiers fired teargas at about 500 supporters of Mr Zelaya who had gathered outside the presidential palace, as air force jets flew over the capital.

Reportagem completa AQUI.

terça-feira, 16 de junho de 2009

domingo, 14 de junho de 2009

Paulo Henrique Amorim: O preconceito por trás da idéia de que os tucanos não se “comunicam”

. Zé Pedágio*, o Eterno Futuro Presidente, já defendeu essa idéia.

. A matriz é o Farol de Alexandria**, aquele que iluminava a Antiguidade e desapareceu num terremoto.

. Qual é a idéia ?

. Os tucanos (especialmente os de São Paulo) são os melhores, os mais bem preparados, os que leram os livros certos, os que sabem das coisas, os que usam a roupa certa, que falam francês, que sabem usar os talheres, que são cheirosos.

. Eles são os “engomados”, como se dizia no México, os “engenheiros”, ou, hoje, os “economistas”.

. Eles é que são competentes.

. Como Serra, que se diz “economista competente”, embora não seja nem um nem outro.

. No Governo, eles são de uma eficiência sem igual.

. O problema é que, às vezes, o povo não percebe isso.

. De quem é a culpa ?

. Primeiro, do povo, uns ignorantes: mas os tucanos (especialmente os de São Paulo (*)) não podem dizer isso em voz alta.

. Então, eles dizem, num gesto de invulgar humildade, que a culpa é deles mesmos, que não sabem se “comunicar”.

. O mesmo raciocínio se completa com a idéia de que Lula sabe se “comunicar”.

. E que é por isso que ele ganha as eleições (passadas e futuras).

. Simplesmente, porque ele sabe se “comunicar”.

. Porque ele fala ao povo ignorante, que não percebe as virtudes incomparáveis dos tucanos.

. É esse pessoal do Bolsa Família, do aumento real do salário mínimo, do Pro-Uni, do Crédito Consignado, do Minha Casa, Minha Vida, do Luz para Todos – os beneficiários do assistencialismo populista, entregue por um “comunicador” excepcional.

. Essa a desvantagem dos tucanos – eles dizem.

. O “outro” se “comunica”.

. Qual é o preconceito atrás disso ?

. Primeiro, o Lula não tem mensagem, só tem meio.

. Não tem conteúdo, só tem forma.

. E os tucanos paulistas, prenhes de idéias e conteúdo genial não conseguem botar tudo isso para fora, porque não se comunicam, porque não são populistas, demagogos – como o “outro”.

. O segundo preconceito atrás dessa idéia é que o povo é um conjunto de néscios, que não sabe distinguir seus interesses ou quem os defenda.

. E vai na lábia, no trololó do “comunicador”.

. O povo é otário.

. Ou, como dizia o pai de Zé Pedágio e do Farol, o Brigadeiro Eduardo Gomes, outro Eterno Futuro Presidente: são uns “marmiteiros”.

. Vamos supor, amigo navegante, que os tucanos se “comuniquem” e as idéias do partido sejam “comunicadas” por Jô Soares, Ana Maria Braga, Regina Duarte, Miriam Leitão, William Bonner e Waack, Lucia Hippolito – os mestres da “comunicação”.

. Em lugar das olheiras e das gengivas intermináveis do Zé Pedágio, as olheiras do William Waack.

. Em lugar dos períodos longos e insondáveis do Farol de Alexandria, o português escorreito e direto da Miriam Leitão.

. Qual seria o resultado ?

. Nenhum.

. Sabe por que, amigo navegante ?

. O problema dos tucanos não é a “comunicação”, a forma.

. O problema deles é o conteúdo.

. Porque os tucanos não tem uma única idéia a “comunicar”.

Paulo Henrique Amorim

* José Serra
** FHC


Link original AQUI.

sábado, 13 de junho de 2009

O interesse velado de Serra


Está na Folha do dia 10/06 a afirmação de Serra que a PM agiu corretamente no confronto com estudantes da USP ocorrido na semana passada, na qual se utilizou de métodos truculentos consubstanciados no uso efetivo de balas de borracha e bombas de efeito moral, além, obviamente, dos tradicionais cacetetes. Um posicionamento no mínimo paradoxal para quem foi presidente da UNE no ápice do período da repressão.

Os manifestantes clamavam por reajuste salarial de 16%, mais R$ 200 fixos, além do fim de processos administrativos contra servidores e alunos que participaram de protesto anterior --que resultou em dano ao patrimônio. A manifestação era pacífica, segundo representantes do movimento, não justificando a desproporcionalidade da conduta policial.

Meio a esse ocorrido, é pertinente fazer uma breve análise acerca dos interesses escusos por trás da afirmação de José Serra. É natural que o presidenciável tucano, em virtude do conturbado histórico de sua gestão para com os estudantes da USP, não avalizaria em hipótese alguma as manifestações estudantis até mesmo por serem contra o governo. Todavia, o que se configura como uma inegável idiossincracia é justamente o fato de José Serra ter se colocado tão incisivamente ao lado dos policiais, mesmo com o notório excesso de força por eles utilizado.

Cumpre que se enxergue a situação acima descrita a partir de um contexto que vem sendo construído há algum tempo, o qual envolve o trinômio Serra, universitários e PM.

Percebamos que Serra não avalizou o incidente de forma leviana e desplanejada: a polícia de São Paulo, ao menos até três anos atrás, possuia o 2º menor salário do País, mesmo com a demanda altíssima por segurança que uma metrópole da porte de São Paulo enseja. O governo tucano é extremamente impopular ante a polícia militar, fato que ficou evidenciado após os ataques do PCC à capital paulista no ano de 2006.

Observemos também, do outro lado, que Serra no início de 2007 emtiu uma série de decretos que gerou grandes protestos na mesma USP em virtude da retirada considerável de sua autonomia. Houve na época a ocupação da reitoria bem como conflitos contra a polícia - sem a mesma violência de agora, até onde lembro.

O episódio foi uma nódoa na trajetória política de Serra, pois com os decretos que retiravam da reitoria a autonomia de remanejar verbas para setores da Universidade, devendo estas a partir de então passarem pelo crivo do governo estadual, burocratizar-se-ia o processo, tornando menos célere e eficaz a aplicação de recursos nas mais diversas áreas do campus. Existiram também outros decretos da mesma forma alvo de protestos, como os que separavam o ensino superior das escolas técnicas.

Notemos então que o eleitorado da USP é extremamente hostil a Serra, eleitorado este que não é volúvel como a maioria, maioria na qual se inclui a própria PM.

Agora reflitamos: entre a PM e os estudantes, adivinhe qual dos lados traria maiores dividendos eleitorais? Qual dos dois lados, tradicionalmente aversos a gestões tucanas, é mais flexível e propício a se sensibilizar eleitoralmente com José Serra?

Nada e despremeditado. Podem acreditar.

Nuno Mindelis

No Brasil também se faz blues.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

The Economist: Brasil será dos primeiros a sair da crise

MAIS UM ADERE À TESE DA MAROLINHA!
Link original AQUI.

Brazil's recovering economy

Ready to roll again

Jun 11th 2009 | SÃO PAULO
From The Economist print edition

Among the last to fall into recession, Brazil may be among the first to grow out of it


“NEVER before in the country’s history” is the catchphrase of President Luiz Inácio Lula da Silva that most annoys his opponents. The president, in his selective amnesia, would have voters believe that everything good about Brazil dates from his election in 2002. Even more infuriating for the previous government, which provided the precursors for progress but got no credit for it, he is often right. Take interest rates: on June 10th the central bank cut its benchmark SELIC rate to 9.25%, the first time the figure has been in single digits since the 1960s.

A host of measures, from the value of the stockmarket to the creation of credit, are now nearly back to their level before the collapse of Lehman Brothers in September last year. The economy performed less badly than expected in the first quarter: GDP shrank by only 0.8% compared with the last three months of 2008. Many analysts believe that Brazil is now starting to grow again, and will return to annual growth of 3.5% to 4% next year. If so, that would mean that the country has escaped with only a brief recession.

There are several reasons for this. One is that the normal business cycle is at work, as Arminio Fraga, a fund manager and former Central Bank president, points out. Brazil was overheating in the early part of last year, and the Central Bank raised interest rates. Now looser monetary and fiscal policy is speeding recovery. The financial system is sound, and domestic demand has remained robust. Brazil’s changing trade patterns have also helped to shield it. This year, for the first time, China overhauled the United States to become Brazil’s single biggest trading partner.

But familiar problems are also coming back into view. First among these, some think, is the real’s recent appreciation against the dollar (see chart). For exporters the currency is once again painfully strong, as it was before September. To ease the pressure, the powerful industrialists’ association in São Paulo wants to see some form of tax or restriction on short-term financial inflows. At the moment this looks unlikely. Left-wing economists in the governing Workers’ Party have been asking for the same thing for some time, but Lula has ignored them, preferring the Central Bank’s argument that the strong real is helping to curb inflation.

Industrialists might mind a bit less about the currency if borrowing were cheaper still. One obstacle to further cuts in interest rates, which remain high in real terms, is the existence of a popular savings account (called caderneta de poupança), which offers an 8-9% guaranteed interest rate. As the Central Bank’s headline rate approaches this level, the government frets about a flood of money into these accounts from investors, draining liquidity from the market for government bonds. It is mulling over whether to limit the number and size of poupança accounts, but tampering with this familiar product is politically difficult. Some opposition parties are stoking fears by unfairly reminding voters about a notorious bank raid by a previous president, Fernando Collor, in 1990 when the nation awoke to find much of its savings frozen.

A further bar to lower interest rates is that half of the goods that make up the main inflation measure, the IPCA, are at least partly indexed to the previous year’s inflation, says Sergio Vale of MB Associados, a consultancy. This tends to dampen movement in the IPCA, and encourages the Central Bank to be cautious.

Even so, Brazil’s never-before situation is leading to an uncharacteristic outbreak of long-termism. Bradesco, a large bank, has started to offer 30-year mortgages, something that would have been unthinkable a short time ago. Maílson da Nóbrega, a former finance minister, expects lower interest rates to bring a rapid expansion of mortgage finance, which at present amounts to just one percent of GDP.

Good things of this kind could still be delayed by a fresh outbreak of gloom abroad. But the debate is really about when they happen, rather than if—a testament to hard-won progress.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Serra, Kassab e os precatórios

A Bandeirantes não teve pena, mostrou mesmo, e quem perdeu pode ver no youtube.

Retratos da Crise

terça-feira, 9 de junho de 2009

Azenha: Por que os jornais investem contra o blog da Petrobras?

Do blog Vi O Mundo.

Por que os jornais investem contra o blog da Petrobras?

por Luiz Carlos Azenha

1) Porque perdem o "monopólio da informação" e, com isso, autoridade sobre o público;

2) Porque os leitores agora podem saber quais são TODAS AS PERGUNTAS feitas pelos jornais à Petrobras;

3) Porque comparando todas as perguntas feitas pelos jornais e todas as respostas dadas pela Petrobras com o que é efetivamente publicado os leitores podem descobrir as manipulações feitas com as respostas no processo de edição;

4) Porque essa comparação permite ao público descobrir quais as respostas da Petrobras serão simplesmente omitidas do jornal impresso para não "atrapalhar" a pauta;

5) Porque comparando as perguntas feitas pelos diferentes jornais, o público pode entender que há gente alimentando simultaneamente os jornais com informações em busca de levantar a bola para a CPI;

6) Porque as perguntas fornecem pistas sobre quem está alimentando os jornais com o objetivo de criar o "escândalo" necessário ao sucesso do palanque eleitoral da CPI;

7) Porque essas pistas poderão levar o público a descobrir que os jornais são usados em campanhas eleitorais ou com objetivos inconfessáveis, como o de entregar o pré-sal a empresas estrangeiras;

8) Porque o blog da Petrobras desloca público do jornal impresso para a internet, onde o público poderá receber informações, por exemplo, sobre como a grande imprensa brasileira atacou Getúlio Vargas quando ele criou a Petrobras;

9) Porque todo esse processo pode deixar claro que a grande imprensa não é isenta, nem imparcial, nem honesta; que diz não ter lado, mas tem; que está a serviço de "uma causa", assim como esteve quando fez campanha contra a criação da Petrobras ou em favor do golpe militar de 1964;

10) Porque eles ainda não sairam do século 20.

O Blog da Petrobras

O blog da Petrobras pode ser um fato importante da evolução da mídia brasileira.

Segundo o próprio blog, "Neste blog, apresentaremos fatos e dados recentes da Petrobras e o posicionamento da empresa sobre as questões relativas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Leia, comente e divulgue para seus amigos." Ou seja, a Petrobras não depende de conquistar seu direito de resposta nos tribunais, tem seu próprio portal.

Acesse o blog da Petrobras.

Leia o texto do blog O Biscoito Fino e a Massa abaixo:

O blog da Petrobras e o desespero da mídia

Não há dúvidas: o blog da Petrobras é a grande novidade da semana. A ideia em si é bastante banal. Uma empresa faz uso de uma plataforma gratuita de publicação online – o Wordpress – para abrir um blog e se comunicar diretamente com o público. Não há nessa ideia, tomada isoladamente, nada que justifique maior festa ou grandes reações de repúdio. Mas chegou a tal ponto a revolta com a manipulação da mídia brasileira e sua visível campanha de ataques à Petrobras que a inauguração do blog tem sido tratada, pela grande maioria, como uma verdadeira revolução e, por uma minoria ligada à mídia, como uma espécie de trapaça, de alteração das regras do jogo. Se a Petrobras agora publica a íntegra das perguntas que recebe, junto com suas respostas, os jornalões vão fazer o quê? Como vão esconder a fábrica de linguiças? Neste contexto, o Animot está corretíssimo: o blog da Petrobras é um marco.

O desespero do jornal Folha de São Paulo levou à invenção de uma sensacional jabuticaba, a fonte que deve sigilo ao entrevistador, a pergunta jornalística em off. É a cara-de-pau e a cretinice dos oligopólios de mídia elevadas à última potência. As instituições enxovalhadas pela sua manipulação lhes devem, além do mais, sigilo sobre quais foram as perguntas feitas. Já não basta acusá-las de “censoras” quando elas se insurgem contra a mentirada. Elas devem, agora, aceitar falar só pelas paráfrases criminosamente mentirosas dos jornalões. Ou pelo menos silenciar até que estas tenham aparecido. Os jornalões querem ter o monopólio das perguntas e das respostas.

Com uma “matéria” intitulada Petrobras vaza em blog informações obtidas por jornalistas, a Folha afirma que a Petrobras criou um blog para vazar informações obtidas por jornalistas que investigam indícios de irregularidades nos negócios da estatal. Evidentemente, o uso do verbo “vazar” é incorreto e manipulador. “Vazamento” pressupõe informação protegida e sigilosa, além de sugerir ilegalidade. É óbvio que não há nada ilegal no que fez a Petrobras. Ela simplesmente revelou quais eram as perguntas feitas e apresentou as suas respostas. Isso, no Brasil de hoje, é motivo de compreensível júbilo para a maioria e desespero agônico para os últimos defensores que montam guarda às portas da moribunda fábrica de linguiças.

Em menos de 48 horas no Twitter, o @blogpetrobras já se aproximava da terceira centena de seguidores e acumulava milhares de citações. O blog já recebeu mais de 65.000 visitas desde que o contador foi instalado. O desmascaramento dos jornalões vai acontecendo com notável rapidez: a barrigada da Folha, as mentiras d'O Globo sobre a mamona, a sequência de mentiras da Folha sobre a “contratação” do MBC.

Apesar de que há vários comentários críticos e questionadores publicados no blog da Petrobras, é verdade que a maioria saúda o blog e lhe oferece apoio. Esse fato foi suficiente para que Reinaldinho Azevedo acusasse a estatal de estar “censurando comentários”. É a cara-de-pau elevada à enésima potência. A acusação vem de um blog em que comentários críticos a seu autor, ainda que polidos e respeitosos, só são aprovados por descuido (sendo depois imediatamente limados). Não lhe ocorre a hipótese óbvia: nós estamos em esmagadora maioria.

Indícios?

O valente Sergio Leo defendeu a jabuticaba da fonte que deve sigilo ao entrevistador. Segundo ele, isso se deve a um "pacto" que garantiria ao jornalista o seu furo. O engraçado é que o post do Sergio foi publicado justo no dia em que o próprio ombudsman da Folha reconheceu que não há nada mais velho que o jornal de hoje. Depois de 50 comentários, Sergio só havia recebido o apoio de um único leitor. O blog A Nova Corja nos proporcionou a piada da semana, ao caracterizar o blog da Petrobras como um “acosso a jornalistas”. Os jornalismo brasileiro anda tão combalido que a mera criação de um blog é suficiente para acossá-lo. Depois de 30 comentários, a tese defendida pelo autor não havia recebido o apoio de ninguém.


PS: A iniciativa da Petrobras tem um precedente. Não sei se ele foi fonte de inspiração para a estatal, mas vale lembrar que, durante o recente achicalhe promovido pelo jornal O Estado de Minas contra a Universidade Federal de Minas Gerais, a instituição pediu direito de resposta várias vezes, inclusive enviando o seu Procurador pessoalmente ao jornal. Esse direito foi sempre negado. A UFMG passou a responder pela própria internet até que, num acesso de extraordinária cara-de-pau, o Estado de Minas foi pedir direito de resposta no site da universidade!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Observatório da Imprensa: Amazônia é notícia, imprensa não vê

Amazônia é notícia, imprensa não vê

Por Luciano Martins Costa em 4/6/2009
Comentário para o programa radiofônico do OI, 4/6/2009

A questão fundiária e o desafio da preservação ambiental se misturam no noticiário das edições de quinta-feira (4/6) dos principais diários, mas apenas os leitores mais atentos vão se dar conta de que os dois fatos estão interligados.

Os jornais noticiam que o Senado Federal aprovou a medida provisória que autoriza o governo a transferir para particulares, sem licitação, terras da União na Amazônia. Sob protestos de representantes do movimento ambientalista, acabou sendo aprovada a versão da relatora, a senadora Kátia Abreu, ligada à bancada ruralista e inimiga declarada do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

O texto original da Medida Provisória 458 previa a legalização de 300 mil propriedades ocupadas por particulares desde o período anterior a 1º de dezembro de 2004. No entanto, alterações produzidas durante o processo de tramitação na Câmara dos Deputados acabaram favorecendo um número maior de ocupantes ilegais das terras federais, e o total de beneficiados poderá chegar a 400 mil.

A senadora e ex-ministra Marina Silva tentou aumentar o controle sobre o processo de transferência e limitar a concentração de grandes áreas em mãos de poucos proprietários e desestimular a especulação na região, mas suas propostas foram rejeitadas. Ela queria proibir a venda das propriedades legalizadas, de todos os tamanhos, num período de dez anos após a regularização, além de deixar de fora os interessados que não ocupam diretamente as terras.

Primeiro passo

Segundo os jornais, o resultado final da votação desagradou também os ruralistas, que defendiam regras mais elásticas para o processo de transferência definitiva. No final, ficou decidido que as grandes propriedades poderão ser revendidas três anos depois de legalizadas, enquanto as propriedades menores só poderão mudar de dono dez anos após a legalização.

O patrimônio público a ser transferido para particulares é calculado em 70 bilhões de reais.

A legalização fundiária é considerada, por especialistas, como o primeiro passo para a efetivação da legislação de proteção ambiental, pois, sem a propriedade das terras, fica praticamente impossível punir os desmatadores.

Um problema marginal

A despeito da importância do acontecimento, a aprovação da medida provisória que estabelece as regras para a legalização da posse da terra na Amazônia não tem merecido da chamada grande imprensa o destaque necessário. Para compor este comentário, por exemplo, foi preciso recorrer a outras fontes de informação além dos jornais de quinta-feira (4).

Alguns leitores que acompanham o noticiário sobre a Amazônia lembram-se, certamente, de que a imprensa costuma cobrir os conflitos na região, e devem estranhar que a mesma atenção não seja dada à tentativa de solução do problema.

Com a pouca informação disponível na imprensa, torna-se difícil formular uma opinião sobre os efeitos da medida provisória aprovada pelo Congresso. Existem controvérsias mesmo entre os especialistas e militantes de movimentos ambientalistas. Para alguns, a regularização da propriedade das terras pode facilitar a implantação de projetos de desenvolvimento sustentável, como o crescente movimento pelo manejo florestal. Para outros, a legalização das terras vai facilitar e estimular a penetração da pecuária em áreas que deveriam ser protegidas.

Disputa por espaço

Ao tratar a questão amazônica como um problema marginal aos interesses do Brasil, longe demais dos grandes centros de decisão, a imprensa contribui para manter o brasileiro das grandes cidades alienado das questões que envolvem o território mais rico em biodiversidade de todo o planeta.

A falta de informações estimula a proliferação de mitos e histórias mirabolantes sobre a desnacionalização da Amazônia, quando na verdade os grandes inimigos da floresta são os próprios brasileiros.

Na disputa pelos espaços da mídia e pelo poder de influenciar decisões importantes, a desinformação favorece os responsáveis pela destruição da biodiversidade.

Uma sociedade desinformada tem poucos recursos para defender seu patrimônio e seus próprios interesses.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Itamar Assumpção



Ilha das Flores

Esse é um curta que todo mundo devia assistir.
Só tem 15 minutos, assista quando puder que vale a pena.





links:
parte 1: http://www.youtube.com/watch?v=Zfo4Uyf5sgg
parte 2: http://www.youtube.com/watch?v=6IrGibVoBME